“O esporte deve ser uma analogia para falar sobre a fé”

Realizou-se nesta segunda-feira, no Vaticano, o seminário internacional sobre o tema “Os crentes no mundo do esporte”, promovido pelo Pontifício Conselho para a Cultura e o Departamento de Pastoral do Lazer, Turismo e Esporte da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

 Pensado no âmbito do Ano da Fé, o dia de estudo, debate e testemunhos sobre o valor educacional, cultural e espiritual da experiência esportiva contou com a presença de vários profissionais do mundo do esporte e associações esportivas católicas, com uma especial atenção para a relação entre esporte e deficiência. “Gratuidade e liberdade são características do esporte que no sentido mais amplo e criativo do termo pertence à essência da humanidade. Por isso, quem crê deve entender melhor o verdadeiro significado do esporte e o esporte deve ser uma analogia para falar sobre a fé”, disse o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi. Teologia e antropologia do esporte, fio condutor da reflexão do Cardeal Ravasi. “Nesse sentido a liberdade é fundamental e o pecado está sempre à espreita”, disse o purpurado alertando para três degenerações. A primeira, quando o esporte se torna ocasião de lucro, comércio e propaganda para obter resultados econômicos. A segunda, quando a torcida doentia termina muitas vezes em violência e insultos racistas, e a terceira, quando o corpo que não é somente um conjunto de células, mas o que somos, é reduzido a objeto e cai nas garras do cuidado excessivo, da anorexia, da bulimia e do doping. “A religião é chamada não a produzir, mas a mudar os corações. Sem religião, sem arte e sem esporte o mundo seria muito mais pobre”, concluiu o purpurado.